Chuvas trazem alento aos agricultores após longo período de estiagem

Palavra do Presidente

MAIO 2025

5/6/20252 min read

Depois de mais de 60 dias sem chuvas consistentes, as recentes precipitações que atingiram a nossa região finalmente trouxeram um alívio aos agricultores. O campo nos ensina a ter paciência e fé, mas desta vez a espera foi longa demais. Foi uma das estiagens mais severas que já vivenciamos na história recente de nossa área de atuação e é difícil descrever o impacto que ela teve sobre a nossa produção, nossas decisões e até nosso ânimo.

Para muitos, a seca foi além do esperado. Tivemos produtores que simplesmente não conseguiram plantar — algo inédito na história da nossa cooperativa e da agricultura local. Jamais imaginamos que chegaríamos a esse ponto. Nunca tínhamos visto propriedades inteiras sem nenhum plantio, por falta de condição climática. Isso nos pegou de surpresa e agravou ainda mais a situação de muitos agricultores que já haviam sofrido com duas safras complicadas nos últimos anos.

A chegada da chuva, sem dúvida, foi um respiro. Para quem já havia conseguido plantar, ela veio na hora certa, ajudando no desenvolvimento inicial das lavouras. Em muitas áreas, o milho já havia germinado e estava enfrentando uma dificuldade enorme para se manter. Essa chuva ajudou bastante e devolveu um pouco da esperança aos produtores. Porém, é importante dizer com clareza: a precipitação, por mais bem-vinda que tenha sido, não resolve todos os nossos problemas.

Ainda não é momento de euforia ou de decisões precipitadas. Plantar agora, com o calendário avançado e riscos ainda altos, exige muita cautela. Temos que pensar no potencial produtivo, nos custos envolvidos e nas chances reais de retorno. Por isso, muitos produtores decidiram guardar a semente para a próxima safrinha ou até para o próximo ano. É uma decisão difícil, mas compreensível diante das incertezas.

Na Cooperativa Agropecuária de Pedrinhas Paulista, nós temos enfrentado esse desafio ao lado dos nossos associados. Não medimos esforços para dar suporte dentro das nossas possibilidades. A cada dia, buscamos alternativas, ouvimos os cooperados e analisamos caso a caso. Entendemos que cada propriedade tem uma realidade distinta e que as soluções também precisam ser personalizadas. Seja com orientações técnicas ou apoio logístico, estamos fazendo o possível para não deixar ninguém desamparado.

Nosso Departamento Técnico tem sido essencial nesse processo, orientando sobre o manejo, o controle de pragas como o pulgão — que se intensificou com a seca —, além de doenças e plantas daninhas. Agora, com a mudança no clima, esperamos uma diminuição nas infestações, mas o monitoramento precisa continuar.

Franco Di Nallo

Presidente