Colheita surpreende, mas Florínea e parte de Pedrinhas Paulista enfrentam perdas

Foto: Presidente da Cooperativa de Pedrinhas Paulista, Franco Di Nallo - 2025

A colheita da segunda safra de milho superou as expectativas na área de atuação da Cooperativa Agropecuária de Pedrinhas Paulista e trouxe resultados muito animadores para os agricultores. Posso dizer que, mesmo diante de um cenário climático adverso, tivemos surpresas bastante positivas que mostraram, mais uma vez, a força do nosso campo.

No início do ciclo, enfrentamos sérias dificuldades por conta da estiagem. Em alguns locais, a falta de chuvas inviabilizou totalmente o plantio, como ocorreu em Florínea e em parte do território de Pedrinhas Paulista, especialmente na região do bairro Pica-Pau. Houve áreas em que simplesmente não conseguimos plantar. Depois da seca, ainda vieram as geadas, o que nos trouxe mais preocupação. Apesar disso, em alguns pontos a produtividade superou 300 sacas por alqueire, um resultado realmente surpreendente.

Acredito que esses bons números se devem a um conjunto de fatores: o uso de tecnologia, o manejo adequado e, acima de tudo, a resiliência do agricultor. A agricultura moderna vive um ciclo constante de evolução, em que novas práticas e inovações nos ajudam a ter mais segurança mesmo diante das intempéries. Muitas vezes me pergunto: é a tecnologia que corre atrás de nós ou somos nós que corremos atrás dela? Seja como for, a verdade é que caminhamos juntos, e o resultado está aí: uma safra muito boa.

Mas é preciso reconhecer que nem todos tiveram o mesmo desempenho. Em Florínea, por exemplo, a irregularidade das chuvas foi determinante para a quebra da produção. Choveu muito pouco, em torno de 10 milímetros em alguns pontos, o que é praticamente insignificante. Foi uma situação difícil, mas, mesmo assim, alguns produtores conseguiram colher, mostrando mais uma vez a força e a capacidade de superação dos nossos agricultores.

O que mais me impressiona é a postura do produtor rural florinense diante de tudo isso. Apesar das adversidades, não vejo desânimo generalizado. Pelo contrário: a preparação para a próxima safra 2025/2026 já começou. Muitos já estão adquirindo calcário, sementes de soja e outros insumos. É claro que existem produtores enfrentando dificuldades financeiras, mas ninguém vai deixar de plantar. Esse é o espírito do nosso campo: trabalhar, se organizar e seguir em frente.

E aqui destaco também o papel da nossa Cooperativa. Estamos presentes tanto nos momentos de safra recorde quanto nos períodos de perdas. Nosso papel é ouvir, sentar, conversar e buscar soluções. Somos parceiros do produtor em todas as situações.

Mesmo com os desafios, saímos dessa safra com uma avaliação muito positiva e otimista. Os resultados da Segunda Safra reafirmam a força do agronegócio regional e a importância da combinação entre tecnologia, resiliência e dedicação dos agricultores. Os números alcançados consolidam a imagem de que, apesar das perdas pontuais, nossa região continua sendo um polo de produção de grãos de destaque no cenário paulista.

Franco Di Nallo

Presidente